Segundo a B3, Bolsa de Valores de São Paulo, o número de investidores pessoa física cresceu 92% em 2020 e chegou a 3,2 milhões de contas.
Um dos fatores desse aumento impressionante tem relação com a pandemia da COVID-19. Só em março de 2020, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, acumulou queda de quase 30%. Esse foi o pior desempenho mensal desde 1998.
Uma queda como essa gera oportunidades. Por isso, muita gente aproveitou o momento de valores reduzidos nas ações para se aventurar no mercado.
Apesar de turbinado pela pandemia, o aumento do número de investidores na Bolsa é uma tendência já há alguns anos. Em 2018, cerca de 600 mil pessoas físicas tinham investimentos na B3. Em 2019, esse número já superava o milhão.
Esse aumento gradual pode ser explicado principalmente pela queda das taxas de juros. Em 2016, a taxa Selic, que é a taxa de juros básica da economia brasileira, estava acima de 13%. Já em 2020, 2%.
Juros mais baixos significam queda na rentabilidade dos investimentos de renda fixa. Ou seja, quem estava acostumado a deixar o dinheiro rendendo em investimentos tradicionais, como a poupança, percebeu a necessidade de diversificar para ter melhores rendimentos.
Outro fator relevante para o aumento do número de investidores pessoa física na Bolsa é o crescimento de bancos e plataformas digitais, que facilitam a escolha de investimentos. Assim, as pessoas acompanham seus produtos financeiros e operam em tempo real, pelo celular.
Ainda são poucos os investidores no Brasil, em comparação com outros países.
Apesar da escalada de crescimento dos últimos anos, o número de investidores pessoa física na Bolsa de Valores ainda é pequeno por aqui, se comparado com outros países.
Se cerca de 1,4% dos brasileiros investem na Bolsa, nos Estados Unidos, mais da metade da população investe em ações, enquanto no Japão, cerca de 43%.