A Meta, empresa controladora do Facebook, Instagram, Threads e WhatsApp, anunciou em janeiro de deste ano que irá abandonar o modelo de checagem de fatos e adotar um sistema de “Notas da Comunidade”, similar ao utilizado pela plataforma X (antigo Twitter). A decisão, detalhada em vídeo por Mark Zuckerberg, CEO da empresa, levanta importantes questionamentos sobre a disseminação de informações falsas e a liberdade de expressão.
Como funcionava o sistema de verificação de fatos?
Os algoritmos da Meta identificavam postagens nas plataformas da empresa que poderiam conter informações falsas ou enganosas. Essas postagens eram, então, encaminhadas para organizações parceiras especializadas em checagem de fatos. Após uma análise detalhada, essas organizações classificavam o conteúdo como verdadeiro, falso, enganoso ou impreciso.
Com base nessa classificação, a Meta tomava as devidas providências. A plataforma poderia reduzir o alcance da publicação nas buscas e feeds dos usuários, adicionar um rótulo indicando que a informação havia sido verificada como falsa ou, em casos mais graves, remover o conteúdo completamente.
No entanto, a empresa decidiu encerrar esse programa, alegando que ele era excessivamente restritivo e politicamente tendencioso. A Meta argumenta que os especialistas em checagem de fatos possuem suas próprias inclinações, o que, segundo a empresa, tem levado à censura de determinadas opiniões. Além disso, a complexidade do sistema gerava muitos erros e frustrava os usuários. O CEO da Meta afirmou que pretende “voltar às origens e manter o ambiente de liberdade de expressão em suas plataformas”. A partir de agora, os filtros de moderação devem focar apenas em conteúdos ilegais, como tráfico de drogas, terrorismo ou abuso sexual.
Liberdade de expressão x fake news
Embora a decisão da Meta seja vista por alguns como uma importante defesa da liberdade de expressão, ela também gerou muitas críticas de especialistas e ativistas. Estes temem que a ausência de um sistema de verificação de fatos leve a um aumento significativo na disseminação de notícias falsas e desinformação nas plataformas.
Os críticos da mudança argumentam que sistemas do tipo “Notas da Comunidade”, em que os próprios usuários atuam como verificadores, são insuficientes para conter o volume e a velocidade de disseminação das fake news.