Quando abordamos o tema da Inteligência Artificial na edição número 5 da nossa Newsletter, apresentamos o ChatGPT como um modelo de linguagem desenvolvido pela OpenAI. Hoje, um ano depois que a ferramenta foi disponibilizada ao público, nenhuma apresentação parece necessária. Afinal, desde então, o ChatGPT ganhou atualizações, gerou debates, polêmicas e processos. Sua popularidade fez com que algumas vozes importantes subissem o tom para tentar limitar ou, ao menos, desacelerar o avanço da inteligência artificial.
O Future of Life Institute, uma organização sem fins lucrativos que aborda questões globais e de risco como biotecnologia e armas nucleares, chegou a publicar uma carta aberta assinada por nomes como Elon Musk e Steve Wozniak. O texto alertava sobre os riscos que o desenvolvimento de inteligências artificiais (IA) pode trazer para a sociedade. O documento pedia a interrupção das pesquisas e a criação de ferramentas superiores à versão 4 do ChatGPT, por, pelo menos, seis meses. A repercussão foi grande. O impacto, nem tanto.
Não houve interrupção. A ferramenta ainda alimenta discussões sobre os desafios éticos associados ao uso de inteligência artificial na geração de conteúdo, incluindo preocupações sobre plágio, viés algorítmico e a disseminação de informações enganosas.
No âmbito jurídico, já se tornaram comuns casos de advogados sendo multados no Brasil e em outros países por utilizarem o ChatGPT em processos e apresentarem informações falsas geradas por ele.
Além do chat
Além dos chatbots, as controvérsias sobre o uso indiscriminado de inteligência artificial generativa abrangem também o desenvolvimento de imagens. As preocupações não são apenas com a ameaça ao trabalho de fotógrafos, designers e ilustradores, mas também por casos como o dos alunos de um colégio do Rio de Janeiro suspeitos de usar inteligência artificial para criar montagens de colegas nuas e compartilhá-las. Assim, cerca de 20 jovens podem ter sido expostas.
Greve de roteiristas de Hollywood
A greve dos roteiristas de Hollywood, por sua vez, incluiu entre suas reivindicações a regulamentação do uso de inteligência artificial pelos estúdios. O acordo firmado durante o movimento representa, até o momento, o resultado prático mais relevante em relação a esse tema.